1 semana de Tinder

Tinha grandes aspirações para estas férias de verão 2017. Ir a concertos, praticar desporto, estar com os amigos, viajar e por aí, o pacote básico. Ainda por cima as minhas últimas férias antes de entrar na "vida a sério", vida profissional. Há que aproveitar, né?

Mas zau, logo 1 semana antes de defender a minha tese: lesão no joelho. Algum excesso de esforço, algo no menisco ou algo do género, já passou um mês e nenhum médico me soube dizer concretamente o que se passou. Dias e dias de repouso, ir à piscina era bom mas as dores não.

Para combater o tédio passei por um pouco de tudo. Ler ("Um homem chamado Ove"- recomendo imenso já agora), ver Game of Thrones, jogar pela primeira vez na vida Candy Crush (com alguma vergonha da minha parte em admitir que até gosto do jogo), mil horas gastas num ciclo Facebook-Instagram-Twitter, etc.

Até que me lembrei de uma coisa nova para fazer: sacar o Tinder. Para quem não sabe, o Tinder é uma app que permite conectar pessoas que estejam geograficamente próximas, seja para conhecer pessoas novas ou algo mais de uma noite, ficando ao critério dos utilizadores. O utilizador cria o seu perfil. Nome, foto e uma descrição se assim entender. Define os critérios de pesquisa (kms e faixa etária) e siga à aventura, pesquisando por pessoas. Vão aparecendo uma a uma e o utilizador vai dando o seu swipe left ou swipe right (que é, respetivamente, Não e Sim, Não Gosto e Gosto, Not e Hot).

Depois a aplicação notifica se existirem correspondências, as matches, duas pessoas que se gostaram mutuamente, podendo dar inicio a conversa entre estas.

Simples e eficaz. Encontra-se duas pessoas que aparentemente se achem atraentes e/ou interessantes e abre a possibilidade de estas entrarem em contacto.

Já tinha alguma curiosidade sobre a app há algum tempo. Uma amiga minha uma altura sacou-a enquanto estava no café e estivemos a ver como funcionava. 2h depois já tinha 3/4 rapazes à perna a enviar os seus "Olá" e "Tudo bem? 😉". Era verdade, o Tinder funcionava. Acabou por desinstalar a aplicação em menos de 24h, mas chegou para testar.

Também cheguei a ler um artigo no suplemento do Expresso sobre casais que se tinham conhecido no Tinder ou simplesmente pessoas que eram fãs e utilizadoras frequentes. Mas acabou por ser a ouvir o Luís Pedro Nunes no Prova Oral, Antena 3, que acabei por ficar com real curiosidade em experimentar a app. Estava manco em casa e solteiro, why not?

Estava no Porto sem nada para fazer e decidi então testar o Tinder Surpresa. Saquei, pus foto e descrição catita. Não tive 3/4 matches em 2h. Nem em 12h. Mas contra o que é a minha cara não posso fazer melhor.

Atualmente tenho 4 matches e estou prestes a meter conversa. Mas há umas conclusões que tirei sobre estes meus primeiros dias Tindéricos:

-Ser bonito é tudo ou quase tudo. As pessoas não se apaixonam à "primeira vista" por personalidades. Vale mais uma cara bonita e nada a dizer do que uma descrição epicamente bem escrita e interessante... mas sem a benção da beleza.
Longe de ser uma novidade, mas no Tinder essa realidade é a base da pirâmide. Posso falar por mim mesmo. Tenho quase a certeza que dei nega a raparigas que até podiam ser super interessantes e o único argumento que posso utilizar é "Não a acho bonita" ou "Não parece ser interessante".
Costuma-se dizer que "para quem ama, bonito lhe parece o feio", mas acredito que isso funcione muito melhor na vida real.


Nem estou a falar apenas de beleza em si, às vezes pode ser apenas uma má escolha de fotos.
Pensem só, a vossa alma gémea (uuuuuh) pode vos ter fugido por causa de uma má foto que vocês escolheram ou devido a uma descrição menos boa. Ou vocês deixaram-na fugir pelos mesmos motivos. Seus fúteis.
Mas também dei swipe left a algumas só porque tinham fotos a fazer duckface ou, pior, Benfica na descrição. Cruel este Tinder.

Mas...

-What you see may not be what you get. Um pouco na linha do que disse anteriormente. Acham que é possível num perfil do Tinder conhecer a pessoa? Ou pelo menos o suficiente para se saber se gosta ou não. É preciso saber vender-se. Correndo no risco de se fazer parecer muito mais interessante do que realmente se é, ou o oposto.
Não costumo dar Yes em raparigas que mostrem demasiado o corpo. Talvez nem todos os homens entendam o que quero dizer com isto, mas acredito que muitos entendem. Uma rapariga que ponha 4 fotos, 3 delas sejam de bikini, 2 a mostrar simplesmente a parte de trás sem se ver a cara e, aliado a isto, uma descrição nula ou simplesmente desinteressante, é a receita perfeita para eu dar um Not. Pode aliciar a vista, mas e que mais? Não sei. Além disso é muito provavel que esse tipo de mulheres tenham paletes de homens interessados nelas, não me parece que um match comigo seja algo de excitante. Claro que o meu instinto mais básico diz-me que sim, mas a sensatez diz-me que não.

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